terça-feira, 22 de julho de 2014

TEXTO 3ºEM - ÁFRICA - FÍSICO / AFRICA - SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO

O CONTINENTE AFRICANO - FÍSICO

A África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de 1.1 bi de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do mundo, e agora 55 países independentes com a criação do Sudão do Sul; apesar de existirem colônias pertencentes a outros países fora desse continente, principalmente ilhas, por exemplo Madeira, pertencente a Portugal, Ilha de Ascensão pertencente ao Reino Unido entre outras.

A África é um continente – aliás, o único – que possui terras em todos os hemisférios, pois é cortada pelo Equador, apresentando terras nos hemisférios Norte e Sul (Setentrional e Austral), assim como também pelo Meridiano de Greenwich, conferindo terras nos hemisférios Ocidental e Oriental (Oeste e Leste).
A maior parte do continente encontra-se na Zona tropical, pois está ao Sul do Trópico de Câncer e ao Norte do Trópico de Capricórnio. O extremo norte situa-se na Zona temperada norte, e o extremo sul, na Zona temperada sul.
A fronteira entre a África e a Ásia costuma ser fixada no Istmo de Suez, o que faz da Península do Sinai território asiático, que, no entanto, pertencente ao Egito, um país do continente africano. Também se considera o Mar Vermelho como fronteira marítima entre os dois continentes.
A fronteira entre a África e a Ásia fica no Istmo de Suez, no norte do Egito.
A Península do Sinai, pertencente ao Egito, faz fronteira terrestre com Israel. O Sinai, considerado território asiático, é área de grande importância econômica (jazidas de petróleo) para o Egito, que, finalmente, obteve a sua devolução em 1979, após a assinatura de um acordo de paz com Israel. O Canal de Suez, construído na segunda metade do século XIX, em 1869, tornou-se de grande importância geoestratégica ao permitir o encurtamento do trajeto entre a Ásia e a Europa.

Em relação à vegetação, há um espelhamento, pois tanto no extremo norte quanto no extremo sul do continente africano predominam clima e vegetação mediterrâneos.  A ocorrência deve-se às latitudes norte e sul destas localidades.

Em relação à Hidrografia, aqui alguns Rios de extrema importância e que atravessam zonas climáticas diferentes, sendo de fundamental importância para a população e região.
• Rio Nilo: nasce no Lago Vitória – que fica entre Uganda, a Tanzânia e o Quênia –, desloca-se para o norte e atravessa áreas tropicais e desérticas até sua foz, perto de Alexandria, no extremo norte do Egito.
• Rio Zambeze: nasce em Zâmbia e faz fronteira entre Botsuana e Namíbia, Zâmbia e Zimbábue, desaguando no litoral de Moçambique, no Oceano Índico.
• Rio Congo: o segundo maior em volume d’água no mundo, atravessa a floresta equatorial africana e deságua no Oceano Atlântico.
No que se refere aos lagos, a África possui alguns mais extensos e profundos, a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, o Rodolfo e o Tanganica. Este último, com quase 1.500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na qual se alojaram os lagos. O maior situado na região centro-oeste é o Chade.

O Saara, maior deserto quente do mundo, estende-se na porção norte da África e é considerado um marco divisório, ao separar o Norte da África, composto de países em que predominam povos árabes, da porção Centro-Sul do continente, denominada África Subsaariana, na qual a diversidade de etnias é muito grande.
Quanto à localização dos países da África do Norte, as populações desses países têm uma unidade cultural dada pela religião islâmica, trazida pelos árabes da Península Arábica, a partir do século VII.

SAHEL - Do ponto de vista climático, o Sahel é definido como a zona cujo índice pluviométrico vai dos 200 até os 600 milímetros de chuvas por ano. A região recebe esta denominação, Sahel, porque significa “costa do deserto”, pois esta faixa de semiaridez corresponde à transição entre o deserto e a região tropical, mais úmida.
O Sahel é formado pelos seguintes países: Mauritânia, Senegal, Mali, Burkina Faso, Níger e Chade.
A semiaridez associada ao tipo de vida das populações locais também ocorrem no norte da Nigéria e da República dos Camarões, assim como no Sudão, na Eritreia e na Etiópia.

MAGREB - Em árabe, a palavra “magreb” designa a “terra onde o Sol se põe”, em oposição ao conjunto formado pela Península Arábica, conhecida como a região do “machrek”, ou a “terra onde o sol nasce”.
O Magreb (ou também Magreb Central) corresponde à porção ocidental do Norte da África, onde se localizam o Marrocos, a Argélia e a Tunísia, países que foram integrados ao império colonial francês no século XIX e que, anteriormente, faziam parte do Império Turco-Otomano.
No entanto, também há a existência do Grande Magreb, região que se estende da Mauritânia à Líbia.

Em relação ao conjunto das exportações dos países que compõem o Magreb, as trocas econômicas e comerciais com a Europa são mais intensas do que as relações bilaterais que mantêm entre si.
Além disso, devem-se considerar também os seguintes aspectos: de toda a África, esta região é a que se encontra mais próxima da Europa; é a região a mais rica da África, depois da África Austral, com vastas reservas de petróleo, gás natural, fosfato e ferro, matérias-primas de grande interesse dos europeus; é importante fonte emissora de migrações com destino à União Europeia e, portanto, a aproximação política torna-se geoestratégica; mas também há muitas incertezas, em virtude de movimentos islâmicos que se organizam e atuam mundialmente cujas bases estão nesses países. A África do Norte, ou Setentrional, possui, além do Magreb, outras duas áreas distintas: o Vale do Rio Nilo e o Saara.

Comparando o Rio São Francisco com o Rio Nilo - Existem grandes similaridades entre o Rio Nilo, africano, e o Rio São Francisco, brasileiro. Primeiramente os dois têm traçado sul-norte; o Nilo nasce em área tropical e se direciona para o deserto, enquanto o São Francisco também tem sua nascente em área tropical e corre para a região do sertão nordestino. Além disso, ambos são utilizados para transporte; irrigação; e geração de energia.
A diferença entre eles encontra-se no tipo de foz, pois, enquanto o Nilo, nas proximidades de Alexandria, tem a sua foz em forma de delta, o São Francisco, na divisa entre Sergipe e Alagoas tem a sua foz em forma de estuário.
O Rio Nilo atravessar mais de 2 000 quilômetros de deserto, propiciando áreas mais úmidas e férteis, fornecendo água e solos agricultáveis. Isso explica a presença, em suas margens, de muitas aglomerações humanas, como, por exemplo, o Cairo, Alexandria, no Egito, e Cartum, no Sudão.

O Saara localiza-se ao norte do continente africano e se estende do Oceano Atlântico até o Mar Vermelho, abrangendo vários países. Em virtude de suas grandes extensões arenosas e baixíssima umidade, apresenta fraca densidade demográfica e desenvolve poucas atividades econômicas.
O sistema da Cadeia do Atlas, localizado no extremo norte da África, é um dos fatores responsáveis pela aridez do Deserto do Saara. Isso ocorre porque suas elevadas altitudes e orientação transversal impedem a passagem dos ventos que chegam do norte carregados de umidade do mar.
Outros desertos - A formação dos desertos da Namíbia e do Kalahari associa-se à presença da corrente fria de Benguela.

Vegetação - Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes o ano inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta equatorial densa e emaranhada. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido e a região está sujeita às influências marítimas, aparecem as savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente. Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas. Aí se encontram estepes, que, à medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se progressivamente mais ralas, até se transformarem em regiões desérticas.
Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a chamada vegetação mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. Nesta área concentra-se a maior parte da população branca do continente.
Clima - A linha do Equador divide a África em duas partes distintas: o norte é bastante extenso no sentido leste-oeste; o sul, mais estreito, afunila-se onde as águas do Índico se encontram com as do Atlântico.
Quase três quartos do continente estão situados na zona intertropical da Terra, apresentando, por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.
Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo.
O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Kalahari.
O clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos.
A pluviosidade na África é bastante desigual, sendo a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Kalahari.
Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente. Situam-se tanto ao norte (Saara) quanto ao sul (Namíbia e Kalahari).
Tendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao longo de suas margens.

Relevo - O relevo africano, predominantemente planáltico, apresenta considerável altitude média - cerca de 750 metros. As regiões central e ocidental são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos, constituídos de rochas muito antigas e limitados por grandes escarpamentos.
Os planaltos contornam depressões cortadas por rios, nas quais também se encontram lagos e grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo, do Congo, do Chade, do Níger, do Zambeze, do Limpopo, do Cubango e do Orange.
Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. Destacam-se, a oeste e nordeste do continente, quando se estendem para o interior. As planícies ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do Congo.
Na porção oriental da África encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: uma falha geológica estendendo-se de norte a sul, o Grande Vale do Rift, em que se sucedem montanhas, algumas de origem vulcânica e grandes depressões. É nessa região que se localizam os maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas, de mencionar o Quilimanjaro (5895 metros), o monte Quênia (5199 metros) e o Ruwenzori (5109 metros).

Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no norte, outro no sul do continente: A Cadeia do Atlas, que ocupa a região setentrional do Marrocos, da Argélia e da Tunísia. É de formação recente a apresenta montanhas cujos picos chegam a atingir 4000 metros de altura; nesta região, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro, urânio e fosfato, e a Cadeia do Cabo, na África do Sul. É de formação antiga, culminando nos Montes Drakensberg, com mais de 3400 metros de altura. 

ÁFRICA: SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO

O IDH é um indicador idealizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da ONU, para medir o desenvolvimento humano, considerando dados sobre saúde, educação e renda per capita. Sua escala varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1 estiver o país, mais desenvolvido será.

A maioria dos países africanos apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano muito baixo, principalmente os localizados na África Subsaariana. Somente os países que compõem a África do Norte, e também os localizados no sul do continente, apresentam IDH considerados médios e bons.

Os países mais pobres do mundo são os da África Subsaariana, com indicadores sociais e econômicos que demonstram uma péssima qualidade de vida para a população que habita esta região ao sul do Deserto do Saara. Seus problemas são fruto da extrema pobreza que os países dessa porção do continente enfrentam.

As economias dessas nações são basicamente exportadoras de produtos primários com baixo valor agregado, a maioria da sua população vive no meio rural e os Estados não são capazes de assegurar as condições mínimas de educação, assistência médico-hospitalar e a absorção das pessoas no mercado de trabalho nas áreas urbanas. Tal situação de pobreza resulta diretamente em altíssimas taxas de mortalidade infantil e na baixa expectativa de vida.

A influência dos modelos coloniais deve ser responsabilizada pela atual situação, pois o alicerce dos Estados africanos foi constituído, quase sempre, pelo aparelho administrativo criado pela colonização europeia. No momento das independências, o poder político e militar transferiu-se das antigas metrópoles para as elites nativas urbanas, que instalaram regimes autoritários. Muitas vezes, essas elites representavam apenas um dos grupos étnicos do país, marginalizando por completo as etnias rivais. Como resultado, de modo geral, a vida política africana foi sobressaltada por sucessivos conflitos internos (incluindo golpes de Estado) e contaminada pela violência e pela corrupção.

A globalização em curso e a formação de blocos econômicos internacionais devem ser citadas como responsáveis por reproduzir esquemas de dependência econômica na África.
Como uma das heranças do passado colonial, grande parte de seus países possui economias pouco diversificadas, exportadoras de produtos primários (agrícolas, minerais e petrolíferos), o que não permite romper com o modelo financeiro que os subordina aos mercados dos países consumidores.
Devido a tal característica, a África tem pequena participação na economia mundial, ainda que suas trocas comerciais com outras regiões do mundo estejam se desenvolvendo hoje em dia, em particular com a China.

Algumas causas e fatores dessa pouca expressividade:

• o enfraquecimento dos Estados africanos em função das heranças históricas do colonialismo e também em virtude de fatores políticos e econômicos geradores de instabilidade interna, o que impõe dificuldade para se afirmarem perante a globalização;
• o fato de a globalização em curso reproduzir esquemas de dependência econômica na África, pois, como uma das heranças do passado colonial, grande parte de seus países possui economias pouco diversificadas, exportadoras de produtos primários (agrícolas, minerais e petrolíferos), o que não permite romperem com o modelo financeiro que os subordina aos mercados dos países consumidores. Devido a tal característica, a África tem pequena participação na economia mundial, ainda que suas trocas comerciais com outras regiões do mundo estejam se desenvolvendo hoje em dia, em particular com a China;
• o continente africano perdeu importância geopolítica depois do fim da Guerra Fria (1947-1989), e os reflexos se fizeram sentir até mesmo na redução do montante da ajuda humanitária, principalmente durante a década de 1990.

Hoje os chineses têm sido os maiores investidores na África Subsaariana e sua presença no continente data da década de 1960, quando participaram ativamente da venda de armamentos para grupos comunistas insurgentes em diversos países africanos. Depois das mudanças ocorridas na China, a partir de 1978, com a abertura das Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), e principalmente no século XXI, com o forte crescimento da economia chinesa, os interesses bilaterais entre as partes pautaram-se pela ampliação das vendas de manufaturados e pela compra de matérias-primas.
Em 2008, a África tornou-se o terceiro maior captador de investimentos diretos chineses, sendo ultrapassada apenas pelo restante da Ásia e pela América do Norte.

Nessa relação, é possível perceber que a China se beneficia muito mais, pois, além de ter acesso a produtos primários, notadamente algodão e petróleo, importantes para manter acesa a chama do dragão asiático, também exporta itens manufaturados para a África com maior valor agregado.

A MALÁRIA, A AIDS E A MORTALIDADE.

As precárias condições de vida e a ausência ou insuficiência de rede médico-hospitalar acabam resultando em elevadas taxas de mortalidade em consequência dessas doenças.
A estimativa aponta que, dos 33,2 milhões de infectados com Aids no mundo, 22,5 milhões vivem na África Subsaariana, o que corresponde a mais de dois terços de todas as pessoas infectadas por HIV no planeta.
E em países com alta incidência de portadores de HIV, a expectativa de vida (ou esperança de vida ao nascer) diminuiu drasticamente, em razão das altas taxas de mortalidade associadas à doença. A esperança de vida ao nascer reduz-se praticamente à metade em razão da circulação do HIV.
A África Subsaariana concentra mais de 60% dos infectados com Aids no mundo e 65% dos novos casos de contaminação anuais.

As razões que explicam esses índices são:

 - baixo nível de renda e escolaridade da população, o que resulta em dificuldades de compreensão e de acesso a informações sobre formas de disseminação e controle da doença;
 - falta ou precariedade da assistência médico-hospitalar; Estados pobres e desorganizados, politicamente instáveis, ineficazes em realizar campanhas de conscientização, prevenção e controle da doença;
 - questões culturais, como a “visão mítica” sobre a doença e a prática da poligamia sem o uso de preservativos;  
 - elevadas taxas de transmissão de mãe para filho;
 - além de insuficiente ajuda internacional para o controle da doença e de desvios de verbas por corrupção ou por roubo generalizado.

Anualmente, na África Subsaariana morrem cerca de 8,5% da população infectada, enquanto na Europa Ocidental/Central essa taxa é de apenas 1,6%.
Entre as razões dessa diferença encontram-se: maior renda e escolaridade das populações europeias; melhor assistência médico-hospitalar nos países europeus, herança positiva do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State), em que se assegura uma assistência eficiente ao doente inclusive no que se refere a custeio e distribuição dos remédios contra a Aids, o que permite a melhoria significativa da sobrevida dos soropositivos.

Conceitos de endemia, epidemia e pandemia:
• Endemia é qualquer doença infecciosa que ocorre habitualmente em dada população ou região.
• No caso da epidemia, a doença infecciosa de caráter transitório, ataca simultaneamente grande número de indivíduos em determinada localidade; atinge ao mesmo tempo várias regiões. Podem ocorrer surtos periódicos de uma doença infecciosa, cujo número de casos aumenta, mas continua restrito às regiões inicialmente atingidas.
• No caso de pandemia, a doença infecciosa praticamente desconhece fronteiras geográficas: ela se dissemina a muitos locais e regiões, contabilizando grande número de doentes.

Assim, no caso da Aids, observa-se que na África há pandemia: um grande número de contaminados em praticamente todo o continente.
ÁFRICA E EUROPA

Apesar de um início de ocupação aparentemente pacífico, com trocas comerciais, o que realmente ocorreu na África foi a dominação europeia e a opressão dos povos locais.
Os constantes conflitos de origem étnica comprometem a economia local e expõem a população civil a muitos perigos e atrocidades, o que obriga grande parte dela a procurar refúgio em outras regiões, principalmente em países vizinhos.
Isso evidência a artificialidade das fronteiras políticas africanas, relacionando-as à obra dos colonizadores europeus (Conferência de Berlim, 1884-85) e abordar o fato de que as fronteiras políticas da África impostas pelos colonizadores foram perpetuadas mesmo após as independências africanas, ocorridas principalmente nas décadas de 1960 e 1970.

A COLONIZAÇÃO DA AFRICA

O processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do continente africano por potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima europeia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores.
No século XIV, exploradores europeus chegaram a África. Através de trocas com alguns chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhões de africanos e de os exportar para vários pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a escravidão.

No princípio do século XIX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. As potências europeias desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a maior parte do continente, criando muitas colônias.
Entre outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália.

A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que institui normas para a ocupação, onde as potências coloniais negociaram a divisão da África, propuseram para não invadirem áreas ocupadas por outras potências.

Os únicos países africanos que não foram colônias foram a Etiópia (que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante a Segunda Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da América.

No início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras já estavam sob o domínio da Europa.

A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas.

No fim do século XIX, início do XX, muitos países europeus foram até a África em busca das riquezas presentes no continente.
Esses países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para dividir o continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão correta das tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas. Os seguintes países dividiram a África e "formaram" países africanos existentes ainda hoje.

A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA

O continente africano foi colônia de potências europeias até a segunda metade do século XX. Sua independência se deu pela ocorrência da Segunda Guerra Mundial, que aconteceu na Europa entre 1939 e 1945.
Um acontecimento que envolveu muitos países, dentre eles nações europeias que detinham territórios
de exploração no continente africano. 

Após o conflito, a Europa ficou bastante debilitada no âmbito político e econômico. O enfraquecimento
das nações fez ressurgir movimentos de luta pela independência em todas as colônias africanas.

No decorrer da década de 1960, os protestos se multiplicaram e muitos países europeus concederam pacificamente independência às colônias. Porém, a independência de alguns territórios se efetivou depois de prolongados confrontos entre nativos e colonizadores. 

As antigas colônias se transformaram em países autônomos, no entanto, a partilha do território foi realizada pelas nações europeias, que não consideraram as divergências étnicas existentes antes da colonização.
Desse modo, os territórios estipulados pelos colonizadores separaram povos de mesma característica histórico-cultural e agruparam etnias rivais. 

Tal iniciativa produziu instabilidade política, que resultou em diversos conflitos entre grupo étnicos rivais. Diante dessa situação, as minorias continuaram sendo reprimidas por grupos majoritários, assim como acontecia no período colonial. 

O continente está atualmente fragmentado em 54 países independentes. A incidência de conflitos tribais e o neocolonialismo dificultam a instabilidade política e econômica da região

terça-feira, 15 de julho de 2014

TEXTO 2ºEM - ESPAÇO INDUSTRIAL

O espaço industrial
           
O processo de industrialização brasileiro, que permite compreender a consolidação de um pólo industrial no Sudeste e de periferias industriais nas demais regiões do país. Para melhor entender o desenvolvimento industrial no Brasil e suas fases, adotamos a noção de industrialização retardatária ou tardia.

A expressão industrialização retardatária ou tardia designa o fato de que a industrialização brasileira somente foi iniciada no fim do século XIX, no momento em que o capitalismo passava da fase competitiva para a monopolista. As máquinas e a tecnologia utilizadas não foram produzidas no Brasil, mas importadas dos países que já as desenvolviam havia mais de um século, provindas principalmente da Inglaterra (onde ocorreu a Revolução Industrial). Isso gerou conseqüências ao longo das demais fases de industrialização do Brasil, como por exemplo, a difícil inserção do Brasil na Terceira Revolução Industrial ou Tecnológica, desde as últimas décadas e ainda atualmente.

A Primeira Revolução Industrial no Brasil somente foi completada em 1930, tendo ocorrido com mais de cem anos de atraso em relação aos centros mundiais do capitalismo. Entre outros fatores que contribuíram para que o Brasil se mantivesse em um quadro de fraco desempenho industrial, até o início do século XIX, foram as relações escravistas de trabalho, o pequeno mercado interno, o Estado alheio à industrialização, as forças produtivas pouco desenvolvidas, o passado colonial do Brasil, conforme o tema estudado anteriormente “Gênese geoeconômica do território brasileiro”. Entre 1880 e 1930, foram implantados os principais setores da indústria de bens de consumo não duráveis ou indústria leve. Em função de se manter numa situação de dependência em relação aos países mais industrializados, o Brasil não dispunha de indústrias de bens de capital ou de produção, algo essencial para o desenvolvimento econômico de uma nação ou país.

Antes de prosseguir, vamos esclarecer os tipos de indústrias:

- Indústria de bens de consumo ou leve:
a) Indústria de bens de consumo não duráveis: roupas, cosméticos, alimentos;
b) Indústria de bens de consumo duráveis: automóveis, eletrodomésticos e móveis.

- Indústria de bens intermediários ou de bens de capital: desenvolvimento de máquinas e equipamentos para outras indústrias (autopeças, mecânica naval).

- Indústria de bens de produção, de base ou pesada: transforma matéria-prima bruta em produtos a serem utilizados por outras indústrias (extração de minérios, refinaria de combustíveis fósseis, siderúrgica que processa minérios, química).

A inserção do Brasil na Segunda Revolução Industrial também se deu com cerca de cem anos de atraso em relação aos centros mundiais do capitalismo, podendo ser dividida em dois períodos:
- de 1930 a 1955, que corresponde à política nacional desenvolvimentista do governo Getúlio Vargas, responsável pelo início da implantação da indústria de base no Brasil e;
- de 1956 a 1980, que, inicialmente alicerçado no plano de metas que propunha “crescer 50 anos em 5”, marco da política desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek de Oliveira, corresponde ao período de incremento e consolidação da indústria de base, com fortes investimentos estatais nos setores de energia e transportes, com vistas a fortalecer as condições estruturais para o ingresso do capital internacional no Brasil.

No primeiro período (1930-1955), destacamos a política nacionalista da Era Vargas (1930-1945) e de seu segundo governo (1952-1955), que se caracterizou pelo desenvolvimento autônomo com base industrial. Um exemplo foi a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda (RJ), cujo decreto-lei, que determinou sua criação, foi assinado em 30 de janeiro de 1941.

A CSN foi um marco importante para a industrialização do Brasil, um impulso, em virtude da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pois o aço é matéria-prima fundamental para diversos setores industriais. Resultado de um projeto autônomo de desenvolvimento industrial na década de 1940, a CSN foi privatizada em 1993, deixando de ser uma empresa estatal (do Estado).

O segundo período (1956-1980) pode ser subdividido em três:

a) de 1956 a 1961, que corresponde ao mandato de Juscelino Kubitschek, no qual ocorreu o incremento da indústria de bens de consumo duráveis (principalmente automóveis e eletrodomésticos) e de setores básicos (energia elétrica e siderurgia). As diretrizes gerais quanto à industrialização dos governos Vargas e Kubitschek basearam-se no processo de substituição de importações. Contudo, no segundo caso (Era Kubitschek), foi adotado um modelo de desenvolvimento associado ao capital estrangeiro. A política industrial do período JK ratificou (confirmou) a concentração industrial brasileira no Sudeste.
O modelo industrial característico deste período atrelava-se diretamente à necessidade de manter a produção de bens duráveis nas proximidades dos pólos geradores de matéria-prima, ou seja, da produção siderúrgica e da disponibilidade de recursos energéticos. Além disso, nesta região também se concentrava a maior parte do mercado consumidor. Esta industrialização foi parte do Plano de Metas, com o lema: “crescer 50 anos em 5”.
- de 1962 a 1964, corresponde a um período de instabilidade e tensão política (Ditadura). Por este motivo, foi acompanhado pela estagnação e declínio da economia e da indústria no Brasil;
- de 1964 até meados de 1980, implantou-se a modernização conservadora (projetos de crescimento econômico, principalmente durante os governos militares, sem a inclusão de avanços na área social), aconteceu o “milagre econômico brasileiro” (para designar o fato de que, no contexto dos governos militares e do projeto “Brasil-Potência”, entre 1967 e 1974, o País cresceu mais de 10% ao ano em média à custa de um endividamento crescente no exterior), e a “década perdida” (1980), na qual o país esteve submetido a fortes constrangimentos econômicos, financeiros e, sobretudo, sociais.

Referente à distribuição espacial da atividade industrial no Brasil, a concentração industrial aconteceu na região Sudeste, particularmente no Estado de São Paulo, desde meados do século XIX até a década de 1970. O desenvolvimento urbano intenso, concentrado principalmente na região que forma hoje a Grande São Paulo, foi resultado do processo de industrialização que ocorreu na região, resultado de uma economia de escala capitalista, típica do período fordista: a concentração diminuía os custos de produção, pois a proximidade física reduzia os gastos com o transporte de matéria e mão-de-obra, além de maximizar o uso da infraestrutura instalada. O fordismo organizava a linha de montagem de cada fábrica para produzir mais, controlando melhor as fontes de matérias-primas e de energia, os transportes, a formação da mão-de-obra.

Há diferença entre descentralização e desconcentração industrial: a primeira pode ser entendida como a mudança física (parcial ou total) de uma unidade industrial ou da produção industrial de uma área territorial para outra, como, por exemplo, do Estado de São Paulo para outros Estados brasileiros ou da Região Metropolitana de São Paulo para o interior paulista; já a expressão desconcentração industrial costuma ser empregada para designar alterações na distribuição espacial absoluta ou relativa de variáveis como número de estabelecimentos, pessoal ocupado, valor da produção e valor da transformação industrial. Assim, desde a década de 1910 verificou-se uma alteração no processo de desenvolvimento do Estado de São Paulo, com a diminuição da concentração industrial e populacional, que vinha ocorrendo desde o começo do século na Região Metropolitana de São Paulo. Para fundamentar essa explicação, tal processo resultou de três fatores:

a) o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND, 1975-1979), que instituiu uma política econômica bastante clara de descentralização industrial de São Paulo para o resto do País, enfatizando vantagens comparativas e especializações regionais. Como exemplos, podemos citar a exploração de minérios em Carajás (PA), Trombetas (PA), Caraíba (BA), Patos (MG), as siderúrgicas de ltaqui (MA), Tubarão (ES) e Açominas (MG), as petroquímicas de Camaçari (BA) e Paulínea (SP), a fábrica de automóveis da Fiat em Betim (MG), os incentivos à CSN e Vale do Rio Doce (RJ);
b) a deseconomia de escala, isto é, a perda das vantagens comparativas da produção em função dos altos custos produtivos, resultado de uma organização sindical forte, salários elevados, valores de terrenos e impostos elevados. Assim, a guerra fiscal, ou mesmo a isenção de impostos, estimula a deseconomia, ou seja, várias cidades oferecem vantagens para a indústria — menor imposto, grandes terrenos, infraestrutura, mão-de-obra barata, por exemplo — e a que oferecer melhores benefícios, acaba atraindo a indústria. E a cidade acaba ganhando chances de alavancar seu desenvolvimento;
c) a expansão da infraestrutura no Estado facilitou a dispersão das atividades produtivas para regiões próximas à metrópole do Estado de São Paulo.


sexta-feira, 2 de março de 2012

AGORA É OFICIAL!!!!!

Voltamos galeraaaaa!
É família Loureiro Junior mais um ano letivo começa e com ele todas as coisas boas, rever os amigos e professores, acordar cedinho (tá isso ai não é tão bom). Novas pessoas entraram na escola e pessoas queridas saíram continuando o ciclo de uma grande instituição como a nossa. Pra muita gente o famoso “inferninho azul” é novidade já pra outras nem tanto assim, entre as paredes azuis (que agora estão amarelas) se misturam veteranos e calouros com as mesmas expectativas e sonhos. Então vamos fazer desse ano maravilhoso você sendo do 1° ou do 3° do período da manha ou da tarde. Espero que todos nós tenhamos sabedoria pra nos divertir e estudar, relaxar e trabalhar em um ambiente agradável que nossa escola sempre ofereceu.

Espero que vocês aproveitem ao máximo esse ano e tirem proveito de tudo.

Bom ano letivo pra todos nós!

Boletim Loureiro Junior.