O CONTINENTE AFRICANO - FÍSICO
A África é o terceiro
continente mais extenso (atrás da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de
quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do
planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com
cerca de 1.1 bi de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do
mundo, e agora 55 países independentes com a criação do Sudão do Sul; apesar de
existirem colônias pertencentes a outros países fora desse continente,
principalmente ilhas, por exemplo Madeira, pertencente a Portugal, Ilha de
Ascensão pertencente ao Reino Unido entre outras.
A África é um continente – aliás,
o único – que possui terras em todos os hemisférios, pois é cortada pelo
Equador, apresentando terras nos hemisférios Norte e Sul (Setentrional e
Austral), assim como também pelo Meridiano de Greenwich, conferindo terras nos
hemisférios Ocidental e Oriental (Oeste e Leste).
A maior parte do continente
encontra-se na Zona tropical, pois está ao Sul do Trópico de Câncer e ao Norte
do Trópico de Capricórnio. O extremo norte situa-se na Zona temperada norte, e
o extremo sul, na Zona temperada sul.
A fronteira entre a África e a
Ásia costuma ser fixada no Istmo de Suez, o que faz da Península do Sinai
território asiático, que, no entanto, pertencente ao Egito, um país do
continente africano. Também se considera o Mar Vermelho
como fronteira marítima entre os dois continentes.
A fronteira entre a África e a
Ásia fica no Istmo de Suez, no norte do Egito.
A Península do Sinai, pertencente
ao Egito, faz fronteira terrestre com Israel. O Sinai, considerado território
asiático, é área de grande importância econômica (jazidas de petróleo) para o
Egito, que, finalmente, obteve a sua devolução em 1979, após a assinatura de um
acordo de paz com Israel. O Canal de Suez, construído na segunda metade do
século XIX, em 1869, tornou-se de grande importância geoestratégica ao permitir
o encurtamento do trajeto entre a Ásia e a Europa.
Em relação à vegetação, há um espelhamento, pois tanto
no extremo norte quanto no extremo sul do continente africano predominam clima
e vegetação mediterrâneos. A ocorrência
deve-se às latitudes norte e sul destas localidades.
Em relação à Hidrografia, aqui alguns Rios de extrema
importância e que atravessam zonas climáticas diferentes, sendo de fundamental
importância para a população e região.
• Rio Nilo: nasce no Lago Vitória
– que fica entre Uganda, a Tanzânia e o Quênia –, desloca-se para o norte e
atravessa áreas tropicais e desérticas até sua foz, perto de Alexandria, no
extremo norte do Egito.
• Rio Zambeze: nasce em Zâmbia e
faz fronteira entre Botsuana e Namíbia, Zâmbia e Zimbábue, desaguando no
litoral de Moçambique, no Oceano Índico.
• Rio Congo: o segundo maior em
volume d’água no mundo, atravessa a floresta equatorial africana e deságua no
Oceano Atlântico.
No que se refere aos lagos, a África possui alguns mais extensos e
profundos, a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, o Rodolfo
e o Tanganica. Este último, com quase 1.500 metros de
profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na qual se
alojaram os lagos. O maior situado na região centro-oeste é o Chade.
O Saara, maior deserto quente do
mundo, estende-se na porção norte da África e é considerado um marco divisório,
ao separar o Norte da África, composto de países em que predominam povos árabes,
da porção Centro-Sul do continente, denominada África Subsaariana, na qual a
diversidade de etnias é muito grande.
Quanto à localização dos países da
África do Norte, as populações desses países têm uma unidade cultural dada pela
religião islâmica, trazida pelos árabes da Península Arábica, a partir do
século VII.
SAHEL - Do ponto de vista climático, o Sahel é definido como a zona
cujo índice pluviométrico vai dos 200 até os 600 milímetros de
chuvas por ano. A região recebe esta denominação, Sahel, porque significa
“costa do deserto”, pois esta faixa de semiaridez corresponde à transição entre
o deserto e a região tropical, mais úmida.
O Sahel é formado pelos seguintes
países: Mauritânia, Senegal, Mali, Burkina Faso, Níger e Chade.
A semiaridez associada ao tipo de
vida das populações locais também ocorrem no norte da Nigéria e da República
dos Camarões, assim como no Sudão, na Eritreia e na Etiópia.
MAGREB - Em
árabe, a palavra “magreb” designa a “terra onde o Sol se põe”, em oposição ao
conjunto formado pela Península Arábica, conhecida como a região do “machrek”,
ou a “terra onde o sol nasce”.
O Magreb (ou também Magreb
Central) corresponde à porção ocidental do Norte da África, onde se localizam o
Marrocos, a Argélia e a Tunísia, países que foram integrados ao império
colonial francês no século XIX e que, anteriormente, faziam parte do Império
Turco-Otomano.
No entanto, também há a existência
do Grande Magreb, região que se estende da Mauritânia à Líbia.
Em relação ao conjunto das
exportações dos países que compõem o Magreb, as trocas econômicas e comerciais
com a Europa são mais intensas do que as relações bilaterais que mantêm entre
si.
Além disso, devem-se considerar
também os seguintes aspectos: de toda a África, esta região é a que se encontra
mais próxima da Europa; é a região a mais rica da África, depois da África
Austral, com vastas reservas de petróleo, gás natural, fosfato e ferro,
matérias-primas de grande interesse dos europeus; é importante fonte emissora
de migrações com destino à União Europeia e, portanto, a aproximação política
torna-se geoestratégica; mas também há muitas incertezas, em virtude de
movimentos islâmicos que se organizam e atuam mundialmente cujas bases estão
nesses países. A África do Norte, ou Setentrional, possui, além do Magreb,
outras duas áreas distintas: o Vale do Rio Nilo e o Saara.
Comparando o Rio São Francisco com
o Rio Nilo - Existem grandes similaridades
entre o Rio Nilo, africano, e o Rio São Francisco, brasileiro. Primeiramente os
dois têm traçado sul-norte; o Nilo nasce em área tropical e se direciona para o
deserto, enquanto o São Francisco também tem sua nascente em área tropical e
corre para a região do sertão nordestino. Além disso, ambos são utilizados para
transporte; irrigação; e geração de energia.
A diferença entre eles encontra-se
no tipo de foz, pois, enquanto o Nilo, nas proximidades de Alexandria, tem a
sua foz em forma de delta, o São Francisco, na divisa entre Sergipe e Alagoas
tem a sua foz em forma de estuário.
O
Rio Nilo atravessar mais de 2 000 quilômetros de deserto, propiciando áreas
mais úmidas e férteis, fornecendo água e solos agricultáveis. Isso explica a
presença, em suas margens, de muitas aglomerações humanas, como, por exemplo, o
Cairo, Alexandria, no Egito, e Cartum, no Sudão.
O Saara localiza-se ao norte do continente africano e se estende do
Oceano Atlântico até o Mar Vermelho, abrangendo vários países. Em virtude de
suas grandes extensões arenosas e baixíssima umidade, apresenta fraca densidade
demográfica e desenvolve poucas atividades econômicas.
O sistema da Cadeia do Atlas, localizado no extremo norte da África, é um dos
fatores responsáveis pela aridez do Deserto do Saara. Isso ocorre porque suas
elevadas altitudes e orientação transversal impedem a passagem dos ventos que
chegam do norte carregados de umidade do mar.
Outros desertos - A formação dos
desertos da Namíbia e do Kalahari
associa-se à presença da corrente fria
de Benguela.
Vegetação - Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes
o ano inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta
equatorial densa e emaranhada. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é
menos úmido e a região está sujeita às influências marítimas, aparecem as
savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente.
Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a
pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas. Aí se encontram
estepes, que, à medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se
progressivamente mais ralas, até se transformarem em regiões desérticas.
Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a
chamada vegetação mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. Nesta área
concentra-se a maior parte da população branca do continente.
Clima - A linha do Equador divide a África em duas partes distintas:
o norte é bastante extenso no sentido leste-oeste; o sul, mais estreito,
afunila-se onde as águas do Índico se encontram com as do Atlântico.
Quase três quartos do continente estão situados na zona intertropical da
Terra, apresentando, por isso, altas temperaturas com pequenas variações
anuais.
Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e
mediterrâneo.
O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região
centro-oeste do continente; o tropical quente com invernos secos domina quase
inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de
Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da
África, acompanhando os desertos do Saara e de Kalahari.
O clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do
extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos.
A pluviosidade na África é bastante desigual, sendo a principal responsável
pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com
abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do
Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de
Capricórnio, região pela qual se estende o Kalahari.
Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande
parte do continente. Situam-se tanto ao norte (Saara) quanto ao sul (Namíbia e
Kalahari).
Tendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por
desertos, a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito
extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e
equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao
longo de suas margens.
Relevo - O relevo africano, predominantemente planáltico, apresenta
considerável altitude média - cerca de 750 metros . As regiões
central e ocidental são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente
erodidos, constituídos de rochas muito antigas e limitados por grandes
escarpamentos.
Os planaltos contornam depressões cortadas por rios, nas quais também se
encontram lagos e grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo, do Congo, do
Chade, do Níger, do Zambeze, do Limpopo, do Cubango e do Orange.
Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante
vastas. Destacam-se, a oeste e nordeste do continente, quando se estendem para
o interior. As planícies ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos
citar as planícies do Níger e do Congo.
Na porção oriental da África encontra-se uma de suas características
físicas mais marcantes: uma falha geológica estendendo-se de norte a sul, o
Grande Vale do Rift, em que se sucedem montanhas, algumas de origem vulcânica e
grandes depressões. É nessa região que se localizam os maiores lagos do
continente, circundados por altas montanhas, de mencionar o Quilimanjaro (5895 metros ), o monte
Quênia (5199 metros )
e o Ruwenzori (5109
metros ).
Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no norte,
outro no sul do continente: A Cadeia do
Atlas, que ocupa a região setentrional do Marrocos, da Argélia e da
Tunísia. É de formação recente a apresenta montanhas cujos picos chegam a
atingir 4000 metros
de altura; nesta região, o subsolo apresenta significativas reservas de
petróleo, gás natural, ferro, urânio e fosfato, e a Cadeia do Cabo, na África do Sul. É de formação antiga, culminando
nos Montes Drakensberg, com mais de 3400 metros de altura.
ÁFRICA:
SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO
O IDH é um indicador idealizado pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da ONU, para medir o
desenvolvimento humano, considerando dados sobre saúde, educação e renda per
capita. Sua escala varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1 estiver o país,
mais desenvolvido será.
A maioria dos países africanos apresenta um
Índice de Desenvolvimento Humano muito baixo, principalmente os localizados na
África Subsaariana. Somente os países que compõem a África do Norte, e também
os localizados no sul do continente, apresentam IDH considerados médios e bons.
Os países mais pobres do mundo são os da
África Subsaariana, com indicadores sociais e econômicos que demonstram uma
péssima qualidade de vida para a população que habita esta região ao sul do
Deserto do Saara. Seus problemas são fruto da extrema pobreza que os países
dessa porção do continente enfrentam.
As economias dessas nações são basicamente
exportadoras de produtos primários com baixo valor agregado, a maioria da sua
população vive no meio rural e os Estados não são capazes de assegurar as
condições mínimas de educação, assistência médico-hospitalar e a absorção das
pessoas no mercado de trabalho nas áreas urbanas. Tal situação de pobreza
resulta diretamente em altíssimas taxas de mortalidade infantil e na baixa
expectativa de vida.
A influência dos modelos coloniais deve ser
responsabilizada pela atual situação, pois o alicerce dos Estados africanos foi
constituído, quase sempre, pelo aparelho administrativo criado pela colonização
europeia. No momento das independências, o poder político e militar
transferiu-se das antigas metrópoles para as elites nativas urbanas, que
instalaram regimes autoritários. Muitas vezes, essas elites representavam
apenas um dos grupos étnicos do país, marginalizando por completo as etnias
rivais. Como resultado, de modo geral, a vida política africana foi
sobressaltada por sucessivos conflitos internos (incluindo golpes de Estado) e
contaminada pela violência e pela corrupção.
A globalização em curso e a formação de blocos
econômicos internacionais devem ser citadas como responsáveis por reproduzir
esquemas de dependência econômica na África.
Como uma das heranças do passado colonial,
grande parte de seus países possui economias pouco diversificadas, exportadoras
de produtos primários (agrícolas, minerais e petrolíferos), o que não permite
romper com o modelo financeiro que os subordina aos mercados dos países
consumidores.
Devido a tal característica, a África tem
pequena participação na economia mundial, ainda que suas trocas comerciais com
outras regiões do mundo estejam se desenvolvendo hoje em dia, em particular com
a China.
Algumas causas e fatores dessa pouca
expressividade:
• o enfraquecimento dos Estados africanos em
função das heranças históricas do colonialismo e também em virtude de fatores
políticos e econômicos geradores de instabilidade interna, o que impõe
dificuldade para se afirmarem perante a globalização;
• o fato de a globalização em curso reproduzir
esquemas de dependência econômica na África, pois, como uma das heranças do
passado colonial, grande parte de seus países possui economias pouco
diversificadas, exportadoras de produtos primários (agrícolas, minerais e
petrolíferos), o que não permite romperem com o modelo financeiro que os
subordina aos mercados dos países consumidores. Devido a tal característica, a
África tem pequena participação na economia mundial, ainda que suas trocas
comerciais com outras regiões do mundo estejam se desenvolvendo hoje em dia, em
particular com a China;
• o continente africano perdeu importância
geopolítica depois do fim da Guerra Fria (1947-1989), e os reflexos se fizeram
sentir até mesmo na redução do montante da ajuda humanitária, principalmente
durante a década de 1990.
Hoje os chineses têm sido os maiores
investidores na África Subsaariana e sua presença no continente data da década
de 1960, quando participaram ativamente da venda de armamentos para grupos
comunistas insurgentes em diversos países africanos. Depois das mudanças ocorridas
na China, a partir de 1978, com a abertura das Zonas Econômicas Especiais
(ZEEs), e principalmente no século XXI, com o forte crescimento da economia
chinesa, os interesses bilaterais entre as partes pautaram-se pela ampliação
das vendas de manufaturados e pela compra de matérias-primas.
Em 2008, a África tornou-se o terceiro maior
captador de investimentos diretos chineses, sendo ultrapassada apenas pelo
restante da Ásia e pela América do Norte.
Nessa relação, é possível perceber que a China
se beneficia muito mais, pois, além de ter acesso a produtos primários,
notadamente algodão e petróleo, importantes para manter acesa a chama do dragão
asiático, também exporta itens manufaturados para a África com maior valor
agregado.
A MALÁRIA,
A AIDS E A MORTALIDADE.
As precárias condições de vida e a ausência ou
insuficiência de rede médico-hospitalar acabam resultando em elevadas taxas de
mortalidade em consequência dessas doenças.
A estimativa aponta que, dos 33,2 milhões de
infectados com Aids no mundo, 22,5 milhões vivem na África Subsaariana, o que
corresponde a mais de dois terços de todas as pessoas infectadas por HIV no
planeta.
E em países com alta incidência de portadores
de HIV, a expectativa de vida (ou esperança de vida ao nascer) diminuiu
drasticamente, em razão das altas taxas de mortalidade associadas à doença. A
esperança de vida ao nascer reduz-se praticamente à metade em razão da
circulação do HIV.
A África Subsaariana concentra mais de 60% dos
infectados com Aids no mundo e 65% dos novos casos de contaminação anuais.
As razões que explicam esses índices são:
- baixo
nível de renda e escolaridade da população, o que resulta em dificuldades de
compreensão e de acesso a informações sobre formas de disseminação e controle
da doença;
- falta
ou precariedade da assistência médico-hospitalar; Estados pobres e
desorganizados, politicamente instáveis, ineficazes em realizar campanhas de
conscientização, prevenção e controle da doença;
- questões
culturais, como a “visão mítica” sobre a doença e a prática da poligamia sem o
uso de preservativos;
- elevadas
taxas de transmissão de mãe para filho;
- além
de insuficiente ajuda internacional para o controle da doença e de desvios de
verbas por corrupção ou por roubo generalizado.
Anualmente, na África Subsaariana morrem cerca
de 8,5% da população infectada, enquanto na Europa Ocidental/Central essa taxa
é de apenas 1,6%.
Entre as razões dessa diferença encontram-se: maior
renda e escolaridade das populações europeias; melhor assistência
médico-hospitalar nos países europeus, herança positiva do Estado de Bem-Estar
Social (Welfare State), em que se assegura uma assistência eficiente ao doente
inclusive no que se refere a custeio e distribuição dos remédios contra a Aids,
o que permite a melhoria significativa da sobrevida dos soropositivos.
Conceitos de endemia, epidemia e
pandemia:
• Endemia é qualquer doença
infecciosa que ocorre habitualmente em dada população ou região.
• No caso da epidemia, a doença
infecciosa de caráter transitório, ataca simultaneamente grande número de
indivíduos em determinada localidade; atinge ao mesmo tempo várias regiões.
Podem ocorrer surtos periódicos de uma doença infecciosa, cujo número de casos
aumenta, mas continua restrito às regiões inicialmente atingidas.
• No caso de pandemia, a doença
infecciosa praticamente desconhece fronteiras geográficas: ela se dissemina a
muitos locais e regiões, contabilizando grande número de doentes.
Assim, no caso da Aids, observa-se que na
África há pandemia: um grande número de contaminados em praticamente todo o
continente.
ÁFRICA
E EUROPA
Apesar de um início de ocupação
aparentemente pacífico, com trocas comerciais, o que realmente ocorreu na
África foi a dominação europeia e a opressão dos povos locais.
Os constantes conflitos de origem
étnica comprometem a economia local e expõem a população civil a muitos perigos
e atrocidades, o que obriga grande parte dela a procurar refúgio em outras
regiões, principalmente em países vizinhos.
Isso evidência a artificialidade
das fronteiras políticas africanas, relacionando-as à obra dos colonizadores
europeus (Conferência de Berlim, 1884-85) e abordar o fato de que as fronteiras
políticas da África impostas pelos colonizadores foram perpetuadas mesmo após
as independências africanas, ocorridas principalmente nas décadas de 1960 e
1970.
A
COLONIZAÇÃO DA AFRICA
O
processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do continente africano por potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima
europeia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de
encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e
consumidores.
No
século XIV, exploradores europeus chegaram a África. Através de trocas com
alguns chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhões de
africanos e de os exportar para vários pontos do mundo naquilo que ficou
conhecido como a escravidão.
No
princípio do século XIX, com a
expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. As potências
europeias desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a
maior parte do continente, criando muitas colônias.
Entre
outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências
concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália.
A
partir de 1880, a competição
entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de
fato, com a Conferência de Berlim (1884), que institui normas para a
ocupação, onde as potências coloniais negociaram a divisão da África,
propuseram para não invadirem áreas ocupadas por outras potências.
Os
únicos países africanos que não foram colônias foram a Etiópia (que apenas foi brevemente invadida
pela Itália, durante a Segunda
Guerra Mundial) e a Libéria, que
tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da
América.
No
início da Primeira Guerra
Mundial, 90% das terras já estavam sob o domínio da Europa.
A
partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o
que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano, tribos
aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas.
No
fim do século XIX, início do XX, muitos países europeus foram até a África em
busca das riquezas presentes no continente.
Esses
países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para dividir
o continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão correta das tribos
africanas, gerando assim muitas guerras internas. Os seguintes países dividiram
a África e "formaram" países africanos existentes ainda hoje.
A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA
O continente
africano foi colônia de potências europeias até a segunda metade do século XX.
Sua independência se deu pela ocorrência da Segunda Guerra Mundial, que
aconteceu na Europa entre 1939 e 1945.
Um acontecimento
que envolveu muitos países, dentre eles nações europeias que detinham
territórios
de exploração no continente africano.
Após o conflito, a Europa ficou bastante debilitada no âmbito político e econômico. O enfraquecimento
Após o conflito, a Europa ficou bastante debilitada no âmbito político e econômico. O enfraquecimento
das nações fez ressurgir movimentos de luta pela
independência em todas as colônias africanas.
No decorrer da década de 1960, os protestos se
multiplicaram e muitos países europeus concederam pacificamente independência
às colônias. Porém, a independência de alguns territórios se efetivou depois de
prolongados confrontos entre nativos e colonizadores.
As antigas colônias se transformaram em países autônomos, no entanto, a partilha do território foi realizada pelas nações europeias, que não consideraram as divergências étnicas existentes antes da colonização.
As antigas colônias se transformaram em países autônomos, no entanto, a partilha do território foi realizada pelas nações europeias, que não consideraram as divergências étnicas existentes antes da colonização.
Desse
modo, os territórios estipulados pelos colonizadores separaram povos de mesma
característica histórico-cultural e agruparam etnias rivais.
Tal iniciativa produziu instabilidade política, que resultou em diversos conflitos entre grupo étnicos rivais. Diante dessa situação, as minorias continuaram sendo reprimidas por grupos majoritários, assim como acontecia no período colonial.
O continente está atualmente fragmentado em 54 países independentes. A incidência de conflitos tribais e o neocolonialismo dificultam a instabilidade política e econômica da região
Tal iniciativa produziu instabilidade política, que resultou em diversos conflitos entre grupo étnicos rivais. Diante dessa situação, as minorias continuaram sendo reprimidas por grupos majoritários, assim como acontecia no período colonial.
O continente está atualmente fragmentado em 54 países independentes. A incidência de conflitos tribais e o neocolonialismo dificultam a instabilidade política e econômica da região